Carlos Medeiros
faz um balanço da
experiência
latino-americana com
as privatizações nos
anos 1990. A partir
da caracterização
das especificidades
do processo de
privatização que
ocorreu na América
Latina
comparativamente ao
que se deu em outras
regiões do mundo,
Medeiros confronta a
plausibilidade das
explicações
clássicas que
explicariam a
privatização, a
saber, a preocupação
com eficiência e
necessidade de
recursos
financeiros. Como
explicação
alternativa, o
professor propõe a
atuação de uma "coalização
distributiva" –
termo tomado
emprestado ao
cientista político
Mancur Olson a fim
de descrever a
atuação de um grupo
que busca o
enriquecimento a
partir da
redistribuição da
riqueza existente ao
invés de pelo
processo de geração
da mesma. No caso da
privatização
latino-americana,
essa coalização
distributiva teria
sido formada como
resultado da crise
da dívida nos anos
80 e da acumulação
de divisas por parte
de uma elite
doméstica articulada
com importantes
instituições
financeiras
internacionais. A
privatização seria o
resultado da atuação
dessa coalisão,
tendo em vista a
remodelar o Estado
segundo seus
interesses. Líderes
políticos de
diferentes matizes
ideológicos percebem
a importância dessas
novas coalizões e se
alinham num padrão
que se repete por
toda a região.
A visão de Medeiros
traz um contraponto
interessante com
análises que propõem
a privatização como
forma de "desprivatizar"
o Estado via
eliminação de
organizações
potencialmente
capturáveis. O que
ele propõe, em
última análise, é
que a privatização
latino-americana não
pode ser entendida
sem compreender que
ela foi, em primeiro
lugar, produto dessa
captura do Estado!
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