Instituto de Economia, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Grupo de Economia Política [IE/UFRJ]
Resumo
O presente artigo busca discutir a dinâmica da inflação brasileira no período recente e sua relação com a política de valorização do salário mínimo, a partir de um modelo desagregado de inflação de custo. Dessa maneira, discutem-se os possíveis canais de transmissão que levariam a uma relação sistemática ou estrutural entre salário mínimo e inflação à luz dos dados brasileiros. Concluímos com a proposição de que é difícil encontrar uma relação sistemática entre salário mínimo e inflação, mas que parece existir uma relação mais estrutural entre o salário mínimo e a inflação brasileira. Esta última relação passa pelo efeito que a política de salário mínimo em conjunto com outras políticas institucionais têm sobre a melhora de poder de barganha dos trabalhadores e do surgimento de uma inflação salarial mais resistente, a partir de 2006.
O presente artigo busca discutir a dinâmica da inflação brasileira no período recente e sua relação com a política de valorização do salário mínimo, a partir de um modelo desagregado de inflação de custo. Dessa maneira, discutem-se os possíveis canais de transmissão que levariam a uma relação sistemática ou estrutural entre salário mínimo e inflação à luz dos dados brasileiros. Concluímos com a proposição de que é difícil encontrar uma relação sistemática entre salário mínimo e inflação, mas que parece existir uma relação mais estrutural entre o salário mínimo e a inflação brasileira. Esta última relação passa pelo efeito que a política de salário mínimo em conjunto com outras políticas institucionais têm sobre a melhora de poder de barganha dos trabalhadores e do surgimento de uma inflação salarial mais resistente, a partir de 2006.
Abstract
In the present paper we discuss the dynamics of Brazilian inflation in the recent period and its relation to the minimum wage policy, from the standpoint of cost-push inflation. Thus, we analyze the possible transmission channels that would lead to a systematic or structural relationship between the minimum wage and inflation and evaluate them considering the Brazilian data. We conclude that it is difficult to find a systematic relationship between minimum wages and inflation, but there must be a more structural relationship between the minimum wage and Brazilian inflation. This relationship results from the effect that the minimum wage policy in conjunction with other institutional policies have on improving the bargaining power of workers and, as a consequence, the emergence of a more resilient wage inflation, since 2006.
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