O livro promove uma atualização do debate brasileiro sobre o desenvolvimento capitalista tardio, periférico e dependente, bem como sobre o fenômeno do “desenvolvimentismo”. Nesses termos, retoma a tradição crítica e reformista brasileira da “construção nacional interrompida” do Mestre Celso Furtado.
A partir deste prisma teórico,
propõe uma reflexão sobre as transformações do presente: o crescimento com
distribuição de renda e “desindustrialização”, no momento em que ocorre um
brutal acirramento da concorrência intercapitalista e interestatal no
enfrentamento da crise financeira e econômica global.
A intensidade das mudanças
socioeconômicas ocorridas no Brasil e no mundo exige um esforço coletivo de
reflexão. Exige também a revitalização do debate – de múltiplas questões e de
diversos pontos de vista –, a fim de auxiliar no alargamento dos horizontes dos
líderes sindicais, do pequeno, do médio e do grande capital, das elites
políticas, das classes subalternas e dos formadores da opinião pública, e fazer
avançar o processo de desenvolvimento democrático e inclusivo da população
brasileira.
Da mesma forma, deve-se
ampliar a discussão em torno do papel do país na região e da região no país. A
reorganização da economia industrial capitalista poderia se dar mediante o
aprofundamento da integração entre os países da América do Sul, possibilitando
a articulação de cadeias produtivas regionais – “importar para exportar” –, em
particular nos novos setores que surgiram em âmbito mundial.
O livro promove, portanto, uma
oxigenação preciosa no debate brasileiro a partir da tradição crítica
latino-americana em um momento crucial de nossa história.
Maria da Conceição Tavares
Professora emérita do
Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ) e
Professora associada do Instituto de Economia
da Universidade Estadual de
Campinas
(IE/UNICAMP
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