Professor do Instituto de Economia da UFRJ,
Membro do Grupo de Economia Política
Bolsista IPEA
Julia Braga
Professora da Faculdade de Economia da UFF
Bolsista IPEA
Resumo
No presente artigo buscamos modelar a dinâmica da inflação brasileira desagregada sob a ótica da inflação de custos levando em conta o fato que existe uma interdependência nas cadeias produtivas que se reflete na inflação do Índice Agregado de preços ao consumidor. Os resultados encontrados ao estimar as formas reduzidas das equações desagregadas de inflação mostram (1) que é difícil associar pressões de demanda com a inflação; (2) que a taxa de câmbio e a inflação importada em US$ em conjunto afetam todos os itens desagregados da inflação (pelos produtos tradables e os custos dos bens non tradables, inclusive serviços; (3) que o custo financeiro foi significativo na explicação da inflação dos industrializados; (4) a relação de exogeneidade entre inflação de alimentos e o indicador de demanda, segundo vendas no varejo, é contrária ao esperado, no sentido de que um aumento (queda) na inflação de alimentos é que explica uma queda (aumento) nas vendas do varejo; (5) que a inércia da inflação de serviços parece ser maior que as demais. Esse último resultado é interpretado pelo fato do setor serviços ser basicamente não-comercializável, com crescimento da produtividade mais baixo e com os salários mais vinculados ao mínimo, que teve um forte componente de reajuste acima da inflação por motivos de política econômica no período recente.
No presente artigo buscamos modelar a dinâmica da inflação brasileira desagregada sob a ótica da inflação de custos levando em conta o fato que existe uma interdependência nas cadeias produtivas que se reflete na inflação do Índice Agregado de preços ao consumidor. Os resultados encontrados ao estimar as formas reduzidas das equações desagregadas de inflação mostram (1) que é difícil associar pressões de demanda com a inflação; (2) que a taxa de câmbio e a inflação importada em US$ em conjunto afetam todos os itens desagregados da inflação (pelos produtos tradables e os custos dos bens non tradables, inclusive serviços; (3) que o custo financeiro foi significativo na explicação da inflação dos industrializados; (4) a relação de exogeneidade entre inflação de alimentos e o indicador de demanda, segundo vendas no varejo, é contrária ao esperado, no sentido de que um aumento (queda) na inflação de alimentos é que explica uma queda (aumento) nas vendas do varejo; (5) que a inércia da inflação de serviços parece ser maior que as demais. Esse último resultado é interpretado pelo fato do setor serviços ser basicamente não-comercializável, com crescimento da produtividade mais baixo e com os salários mais vinculados ao mínimo, que teve um forte componente de reajuste acima da inflação por motivos de política econômica no período recente.
Abstract
In this paper we model the Brazilian disaggregated inflation dynamics from the standpoint of cost-push inflation and estimate this disaggregated inflation model in its reduced form, in order to discuss the different patterns of behavior of each disaggregated inflation index. We found the following results (1) that it is difficult to associate systematically demand pressures with inflation, (2) the exchange rate and imported inflation in US$ together affect all items of disaggregated inflation, including services (with tradable goods through external competition and with non-tradable goods through costs channel) (3) that inflation inertia in services appears to be larger than in the other sectors, which can be interpreted by the fact that the service sector is basically non-tradable, with low productivity growth and which wages are more closed related to the minimum wage (which had a strong institutional-political component and was adjusted above overall inflation in recent years).
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